O phishing é uma das armas mais eficazes do cibercrime. E combinar conscientização com tecnologia é a chave para transformar usuários em uma verdadeira linha de defesa.
Esses ataques ainda são uma das principais ameaças à segurança corporativa. Segundo o Verizon Data Breach Investigations Report 2025, o phishing foi o terceiro vetor de acesso inicial mais comum, usado em 16% de todas as violações de dados, enquanto a exploração de vulnerabilidades cresceu 34% e agora representa 20% de todas as violações.
Nesse cenário, o ponto mais vulnerável continua sendo o colaborador: o mesmo relatório confirma que o envolvimento do elemento humano permanece em aproximadamente 60% de todas as violações, seja por erro, abuso de privilégios, credenciais roubadas ou engenharia social.
O que os dados demonstram é que programas de segurança corporativa estão falhando. Não porque não são bem elaborados, mas porque conscientizar envolve desafios complexos.
Os desafios reais da conscientização sobre phishing
Para coordenadores de cibersegurança e CISOs, implementar programas de conscientização eficazes vai muito além de enviar um e-mail anual sobre segurança pelo marketing da empresa. Os desafios são múltiplos e complexos:
Engajamento dos colaboradores
Quando a conscientização é tratada como obrigação, os colaboradores tendem a fazer “de qualquer jeito”. O desafio está em transformar compliance em cultura, obrigação em engajamento genuíno.
Atualizações constantes
As ameaças evoluem diariamente. Um programa de conscientização pontual, realizado uma vez ao ano, rapidamente se torna obsoleto. Os atacantes testam constantemente todas as linhas de ataque — precisamos fazer o mesmo com nossas defesas.
Medição de eficácia
Como provar que o programa está funcionando? Como justificar o ROI para o board? Sem métricas claras e dados concretos, torna-se difícil demonstrar valor e garantir continuidade do investimento.
Recursos limitados
Uma pesquisa recente da Beephish, com 300 empresas de médio e grande porte no Brasil, revelou que 47% não têm orçamento dedicado para conscientização. Quando somamos empresas com orçamento até R$ 50 mil, esse número chega a quase 70% — um cenário preocupante.
Construção de cultura organizacional
A conscientização precisa ser integrada à cultura desde o primeiro dia do colaborador, com patrocínio genuíno da liderança. Não se trata apenas de enviar conteúdos, mas de criar um ambiente onde a segurança é valor compartilhado.
Educação para phishing: estratégias que funcionam
A boa notícia é que existem metodologias comprovadas para superar esses desafios.
Gamificação
Trazer elementos de jogos, competições lúdicas e sistemas de recompensas transforma a experiência. Imagine um colaborador que participa de uma campanha de conscientização e recebe reconhecimento público de um diretor em um evento interno. O impacto vai muito além do conhecimento técnico adquirido.
Patrocínio da liderança
Quando os colaboradores veem seus líderes participando ativamente das campanhas, seguindo as mesmas orientações e valorizando o tema, o engajamento naturalmente aumenta. A liderança precisa ser exemplo, não apenas patrocinadora.
Formatos dinâmicos
Substituir vídeos longos e monótonos por conteúdos de 15 minutos, quizzes interativos e simulações práticas mantém a atenção e melhora a retenção do aprendizado. Ferramentas como Kahoot podem tornar a experiência mais envolvente.
Comunicação contínua
Um programa efetivo não acontece apenas uma vez por mês. Pílulas de informação, pop-ups com lembretes e comunicados frequentes mantêm o tema presente no dia a dia dos colaboradores, evitando que o conhecimento se perca entre as sessões de treinamento.
Gestão de consequências — positivas e negativas
Reconhecer quem reporta ameaças corretamente é tão importante quanto corrigir quem comete erros. Um e-mail do CISO agradecendo, um brinde simbólico ou um destaque em comunicados internos reforçam comportamentos positivos.
A tecnologia como habilitadora na prevenção ao phishing
A tecnologia não substitui o fator humano, mas potencializa a efetividade dos programas de conscientização. Plataformas especializadas como a Beephish oferecem:
- Simulações realistas de phishing com feedback imediato;
- Treinamento no momento do erro, direcionando o colaborador automaticamente para reeducação;
- Dashboards e relatórios completos com métricas acionáveis;
- Gestão de risco humano individualizada, permitindo direcionar esforços para quem realmente precisa;
- Integrações nativas com Google Workspace, Microsoft 365, Slack e Teams;
- Gamificação estruturada com sistema de pontos, rankings e recompensas;
- Bibliotecas extensas de templates, treinamentos e conteúdos em múltiplos idiomas.
No RedTalks, aprofundamos ainda mais esse assunto. Assista aqui:
O papel da Redbelt Security
A Redbelt Security atua em duas frentes complementares para apoiar organizações na construção de programas de conscientização efetivos:
Serviços de GRC: criação de planos contínuos de conscientização (6 a 12 meses), integração com políticas baseadas em normas como ISO 27001 e NIST, estruturação de conteúdos relevantes para o negócio e desenvolvimento de vídeos de onboarding personalizados.
Parceria tecnológica com Beephish: acesso a uma plataforma completa que integra simulações de phishing, campanhas de conscientização, treinamentos interativos e métricas detalhadas — tudo em uma solução única e mensurável.
Conscientização como habilitador de negócios
A mudança de mentalidade está acontecendo. Processos de gestão de risco de terceiros cada vez mais exigem evidências de programas de conscientização. Projetos de lei, como o Marco Civil da Segurança Cibernética em tramitação no Senado, já preveem a obrigatoriedade de processos de capacitação em segurança da informação.
Programas estruturados de conscientização:
- Reduzem custos com incidentes e violações;
- Melhoram a reputação organizacional;
- Facilitam relacionamentos comerciais ao demonstrar maturidade em segurança;
- Transformam a relação entre times de segurança e usuários finais;
- Criam agentes de segurança em toda a organização.
Da conscientização à cultura de cibersegurança
Não existe mais espaço para programas pontuais e descontinuados. O profissional de segurança moderno precisa atuar como educador, comunicador e agente de mudança cultural. A tecnologia é a aliada que torna isso escalável, mensurável e sustentável.
Com as estratégias certas, o suporte tecnológico adequado e o comprometimento da liderança, é possível transformar o elo mais frágil em uma das camadas mais fortes de defesa da organização.